“Yoga é a chave de ouro com a qual destrancamos a porta para a paz, tranquilidade, e alegria.”
B.K.S. Iyengar

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

B.K.S. Iyengar faz hoje 93 anos!!!


Hoje, 14 de dezembro de 2011, B.K.S. Iyengar, um dos maiores mestres de yoga do mundo contemporâneo, completa 93 anos de idade! 

Apesar de sua idade avançada, Guruji continua praticando yoga regularmente e compartilhando seu conhecimento com seus discípulos.


"As pessoas me lembram de minha idade, mas quando pratico estou além de meu corpo e idade."         
B.K.S. Iyengar

sábado, 30 de julho de 2011

Uma visão do autoconhecimento


“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.”  Marcel Proust


Nunca li Proust, mas outro dia, li esta frase no livro que o meu marido está escrevendo sobre  design thinking e resolvi especular um pouco sobre ela. Não tenho a mínima idéia do que Proust pensou ao escrever isto, mas ao lê-la me ocorreu que descobrir alguma coisa não significa necessariamente que essa coisa seja nova, mas apenas que nos deparamos com algo que já estava ali e ainda não tínhamos nos apercebido dela.
Ficamos supresos, maravilhados, mas sempre esteve lá, como não vimos antes? Estávamos distraídos, ou não tínhamos a capacidade de ver?
É assim que eu entendo o autoconhecimento, nós já somos o que procuramos.
Quando Proust diz “... ter novos olhos.” , me vem imediatamente a imagem de alguém que não enxerga bem, que vê tudo embaçado, sem foco, sem definição, borrado e que acha que a vida é assim, um grande borrão. Um belo dia ele se esbarra com alguém que lhe dá um par de óculos... ao colocar os óculos, aquele borrão ganha formas definidas, ganha clareza.
A pessoa que deu os óculos podemos dizer que é o guru “aquele que dá a luz” e os óculos o conhecimento.
Para se descobrir é preciso ter olhos de uma lente grande angular, identificar o todo e depois começar a dar zoom para se reconhecer no todo.  De um modo geral, temos olhos de uma lente que está sempre no zoom, no sentido de que não vemos nada mais além de nós mesmos.  
Quando somos crianças, somos mais espontâneos, mais puros, mais próximos do nosso verdadeiro Eu. Mas à medida que vamos crescendo, vamos criando formatos de nós mesmos. Vamos sendo tolhidos e nos colocando dentro de “caixas”, criando couraças, cristalizando idéias e atitudes, adquirindo medos e preconceitos, nos afastando de quem verdadeiramente somos...  não nos reconhecemos mais, passamos a achar que somos aquilo em que nos tornamos. Ficamos cegos de nós mesmos.


Como é possível nos reencontrarmos com nós mesmos?


O yoga é um dos caminhos.


Por exemplo, as posturas invertidas nos ajudam a desenvolver uma visão do mundo sob outro prisma. Para algumas pessoas isso é assustador, enquanto que para outras isso é diversão.
A prática dos asanas (posturas) são como espelhos que refletem como somos, ou melhor dizendo, como nos tornamos.  Na medida em que vamos melhorando o nosso desesempenho nas posturas, vamos nos transformando internamente enquanto pessoas.
Mas como todo caminho, o yoga também tem a suas armadilhas... o yoga é muito poderoso e uma prática mal orientada pode desenvolver um ego muito grande. 
Devemos ser atentos em nossa prática, conscientes nas nossas ações, não executar um asana a qualquer custo, sem o cuidado e a atenção devida.  Quando agimos mecanicamente, displicentemente estamos comentendo hinsa (violência). Yoga é ahinsa (não violência).
Os benefícios da prática do yoga não são adquiridos de uma hora para outra. São alcançados e conquistados através de investimento continuado, ou seja, somente através de uma prática regular e através de muita disciplina, é que seus benefícios  –  não somente no nível físico, mas também  fisiológico, orgânico, psicológico e fundamentalmente, espiritual  –  são desfrutados.

O yoga nos ajuda a "... ter novos olhos..."

Gosto muito de uma frase de B.K.S. Iyengar, que diz, "Yoga é o espelho para olharmos para nós mesmos a partir de dentro."
E ele também diz no livro "Luz da Vida", "Você não precisa viajar a um lugar remoto para buscar a liberdade; ela habita no seu corpo, seu coração, sua mente, sua Alma. A emancipação iluminada, a liberdade, a pura e imaculada felicidade estão a sua espera, mas você precisa escolher embarcar na jornada interior para descobri-las."

Então, boa prática e divirta-se na sua viagem de descobrimento!


(Texto de Denise Resende)



domingo, 1 de maio de 2011

Iyengar Yoga fora da sala de aula

Costumo dizer aos meus alunos que o que aprendemos em sala de aula podemos e devemos praticar fora da aula, no dia-a-dia.

Ouvimos, aprendemos e executamos tantas instruções dadas durante uma aula de Iyengar Yoga e é incrível como já no final da aula, após Savasana, quando vamos guardar o nosso material, voltamos ao nosso velho hábito de andar, de parar, de girar, de sentar e de tantos outros movimentos que fazemos sem pensar.

Mas como posso praticar Iyengar Yoga fora da sala de aula? Será que vou ter ficar carregando debaixo do braço, cobertores, cinto, bloquinho... não, claro que não! ...rsrs... até porque, Iyengar Yoga não se resume ao uso de acessórios...

A simples atenção na forma como andamos ou ficamos parados de pé numa fila de banco, por exemplo, ou como sentamos para assistir TV ou em frente ao computador, já é uma forma de aplicarmos, no nosso cotidiano, o que se aprende em uma aula de yoga.

Cada vez mais ouvimos pessoas se queixando de dores no pescoço, nos ombros, nos punhos, nas costas. Saibam que muitas dessas dores podem ser evitadas se formos mais atentos.

Recebi um dia desses, de uma professora de yoga, um vídeo bem interessante sobre como a modificação da nossa postura em frente ao computador pode nos poupar muitas dores, que muitas vezes, nem nos damos conta de como as adquirimos. Essa correção postural, não é nada mais do que a aplicação no dia a dia dos alinhamentos ensinados em sala de aula. 
http://www.youtube.com/watch?v=tFUaGvZEiFY

Se você é um praticante de yoga e principalmente, de Iyengar yoga, não deixe para por em prática somente dentro da sala de aula, na frente do seu professor, o que você vem aprendendo.

Se observe, sinta, experimente e use o seu aprendizado todos os dias, todas as horas, quantas vezes quiser e onde quiser e veja como você começará a se conhecer melhor e consequentemente, gradativamente, a execução das suas posturas de yoga e a sua postura diante a vida – por mais inacreditável que isso possa parecer – se tornarão melhores.

Termino esse texto com um trecho inspirador extraído da apresentação do livro “Luz na Vida” de B.K.S.Iyengar, “Muitos de vocês talvez nutram a preocupação de não estar à altura dos desafios que vêem pela frente. Quero garantir-lhes que, sim, estão. Sou um homem que começou do nada; tinha dificuldades graves, em muitos aspectos. Depois de muito tempo e esforço, comecei a chegar a algum lugar. Literalmente emergi da escuridão para a luz, da enfermidade mortal para a saúde, da ignorância bruta para o mergulho no oceano do conhecimento, por meio de uma só coisa: a fervorosa persistência na arte e na ciência da prática do yoga (sadhana). Se isso foi bom para mim, será para vocês também.”

(Texto de Denise Resende)